SÍNDROME DA FIBROMIALGIA: EVIDÊNCIAS EM ATLETAS

 O que é Síndrome da Fibromialgia
A Síndrome da Fibromialgia se caracteriza por: Dor generalizada por pelo menos três meses em 11 de 18 pontos sensíveis à palpação.
Sintomas incluem dores músculo-esquelético difusas, distúrbios do sono, fadiga, rigidez matinal de curta duração, sensação de edema e parestesias, podendo estar ou não associados a outras Síndromes, como a do cólon Irritável, depressão, ansiedade e cefaléia crônica.
• Causas
Diferentes fatores, isolados ou combinados, podem desencadear a Fibromialgia.
Estão relacionados às mudanças hormonais, trauma físico, estresse emocional e outras doenças.
Não se conhece o verdadeiro motivo da manifestação da Síndrome e como ela acontece. Entretanto, em seu estudo. Leite et ali mostra haver alguns indícios neurofisiológicos que podem explicar, dentre os quais destaco:
1. Alterações nas fibras reticulares causando prejuízo a microcirculação provocando hipóxia (diminuição de O2) e dor e, como conseqüência, redução dos níveis intramusculares de adenosinatrifosfato e fosfocreatina, ocasionando a dor.
2. Anormalidade estruturais no formato das mitocôndrias;
3. Distúrbio na neuromodulação da dor no Sistema Nervoso Central;
4. Disfunção neurohormonal, ocasionando diminuição de neurotransmissores especialmente a serotonina, relacionada com as áreas de humor, explicando casos de depressão e distúrbios do sono em pacientes fibromiálgicos;
5. Diminuição nos níveis de triptofano (percussor da serotonina), aumento nos níveis da substancia P(moduladora da dor) e, aumento de ácido 5-hidroxiindolacético.
• Diagnóstico:
Meramente clínico, com palpação digital sobre os pontos de dor. (vide figura). Se o paciente, como dito anteriormente, referir dor em pelo menos 11 dos 18 pontos investigados, por mais de três meses, podemos concluir que o mesmo está com a SFM. Importante também, realizar diagnóstico diferencial para excluir outras síndromes dolorosas musculoesqueléticas.

• Síndrome da Fibromialgia em atletas.
Pouco frequente, encontrado em 2 de cada 100 atletas. Sua maior prevalência e pelo sexo feminino, onde se encontra maior número de casos. Entretanto, Dr. Mauro Vaisberg, em sua tese de Doutorado pode verificar que, ao avaliar a produção de citocinas (proteínas que regulam a função dos sistemas imunológico, nervoso e endócrino), encontrou diferenças entre os grupos com e sem a doença. A concentração da substância entre os esportistas com a síndrome estava até 4,73 vezes maiores. "Em pessoas que não praticam exercícios para fins competitivos, a elevação das citocinas vem sendo associada à síndrome da fadiga crônica, semelhante ao overtraining. Isso também explica a queda do rendimento. Outro dado importante surge na comparação entre os subgrupos sem fibromialgia – 0 a 2, 3 a 6 e 7 a 10 pontos-gatilho. Atletas com 7 a 10 pontos doloridos tiveram concentração de citocinas 1,58 vezes maior do que o subgrupo com até 2. A dosagem de citocinas pode ser um pré-detector do quadro de overtraining.
Considerando-se que a SFM provoca modificações na vida profissional dos indivíduos, ela pode prejudicar o desempenho em atletas, principalmente quando associada às lesões de repetição, que por sua vez agravarão os aspectos clínicos da SFM e reforçarão o ciclo vicioso da dor. Até o momento não se tem a real idéia do que essa síndrome possa trazer para a rotina dos atletas. Sugere-se que futuros estudos avaliem a prevalência de SFM em atletas.

• Tratamento
Com relação ao tratamento destaco algumas técnicas tem se mostrado eficazes na busca da melhoria da qualidade de vida e melhoria da performance em pacientes portadores da Síndrome da Fibromialgia. São elas:
1. Terapias manuais.
2. Cinesioterapia.
3. Eletrotermofoterapia.
4. Exercício físico
5. Complementar ao tratamento é necessário uso de medicamentos indicados pelo clínico que acompanha o paciente.
• Bibliografia citada e usada como referência na produção da matéria:
VAISBERG, M. W. Descrição de um quadromusculoesquelético “Fibromialgia Símile” em atletas, 2003. Tese (Doutorado em Ciências)–Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2003.
SÍNDROME DA FIBROMIALGIA EM ATLETAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA .Neiva Leite; Suelen Meira Góes; Fabrício Cieslak; Ana Letícia Bylnoski; Lucas Veiga Ludwig; Deise Moser; Eduardo Paiva; Guanis de barros Vilela Junior. Artigo de Revisão 2009, Curitiba, Paraná.