sábado, 1 de maio de 2010

DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER




Aumento da tuberosidade tibial no ponto de inserção do ligamento patelar.

Caracteriza-se pela dor e edema sobre a tuberosidade anterior da tíbia. Comum entre os adolescentes, entretanto, se não for bem tratada durante este período, pode perdurar durante idade adulta causando dores em atletas / desportistas. Inicialmente descrita como uma avulsão parcial da tuberosidade da tíbia, com uma possível necrose avascular. A condição foi descrita após estudos do cirurgião americano Robert Osgood Bayley (1873-1956) e do cirurgião suíço Carl Schlatter (1864-1934). Hoje, sabe-se, que esta síndrome, descreve uma apofisite (inflamação da apófise tibial) do tendão (ligamento) patelar, que se caracteriza, por dor na inserção do tendão (ligamento) na tuberosidade tibial. A maior incidência é no sexo masculino e a faixa etária acometida será dos 08 aos 12 anos, podendo surgir até os 15 anos e, se resolvendo quando o paciente completa 18 ou 19 anos. Geralmente são jovens, que praticam atividades físicas, principalmente aquela onde a região muscular solicitada será a do quadríceps (musculatura anterior da coxa). Dentre estas atividades estão: futebol, salto, balé, entre outras. Nota-se um aumento da tuberosidade tibial, exatamente no ponto de inserção do tendão (ligamento) patelar.

CAUSAS:
A principal delas é a causa biomecânica, ou seja, estresse e esforço repetitivo do tendão (ligamento) patelar na tuberosidade anterior da tíbia (apófise), causados por problemas no mecanismo extensor do joelho.
Outras hipóteses são verificadas:
• Ocorrência de uma isquemia localizada, determinando necrose óssea, fragmentação ou microfraturas no núcleo de crescimento da tuberosidade anterior da tíbia.
• Ocorreria um estresse traumático por tracionamento constante do tendão patelar provocando lise e fragmentação do tecido ósseo-cartilaginoso local.
• O músculo quadríceps ser bem desenvolvido e produzir seguidas tensões sobre o tubérculo tibial, causando a apofisite.
• A patela baixa é um outro fator pré-dispoente, causando encurtamento do ligamento patelar, que pode acarretar a lesão.
SINTOMAS:
Dor a palpação, além de dor na extensão do joelho, marcha e corrida, que aumenta com a atividade e diminui com o repouso. O atleta / desportista queixa-se de dor intensa ao ajoelhar, saltar e correr, localizando exatamente sobre a porção anterior da tuberosidade tibial.
DIAGNÓSTICO:
• É clínico, verificando: edema e sensibilidade localizadas ao nível da inserção do ligamento patelar.
• No exame clínico, a dor é sentida no momento da extensão forçada do quadríceps contra-resistência.
• A palpação geralmente sente-se o tubérculo tibial, um pouco mais “quente” e, é possível notar atrofia de quadríceps.
• Em geral, ao avaliar o atleta/desportista, possivelmente um joelho varo ou valgo possa estar presente, além de outras alterações posturais, como pé em pronação e, medialização da patela.
• Nos exames complementares, inicialmente o RX, podendo se utilizar também para observar fragmentação ou avulsão da tuberosidade anterior da tíbia e, edema do osso medular, a ressonância nuclear magnética.
COMPLICAÇÕES:
Pouco comum, porém descrita, a avulsão completa do tendão (ligamento) patelar, além da doença de LARSEN-JOHANSSON, igualmente incomum, localizando-se no pólo inferior da patela.

TRATAMENTO:
Geralmente o tratamento é conservador, incluindo:
• Restrição das atividades diminuindo o impacto;
• Usar preferencialmente atividade em bicicleta ou piscina;
• Uso de antinflamatórios;
• Gelo, antes e depois das atividades;
• Ultra-som no modo pulsátil (aguda), contínuo (crônica);
• TENS para diminuir o quadro álgico;
• Fortalecimento isométrico (sem movimento) de quadríceps (anteriores de coxa);
• Fortalecimento isométrico (sem movimento) de isquiotibiais (posteriores de coxa);
• Fortalecimento isotônico (com movimento) de quadríceps e isquiotibiais fase crônica, inicialmente em cadeia cinética fechada (pés apoiados fixos: agachamento), depois cadeia cinética aberta (pés sem apoio livre: cadeira extensora);
• Alongamento de quadríceps e isquiotibiais;
• Exercícios proprioceptivos e funcionais;
• Quando reiniciar a corrida usar tênis específico para sua pisada.
• Imobilização é necessária apenas em casos extremos.
Referências Bibliográficas:
1. KAPANDJI A. Fisiologia Articular. 4. ed. vol2 São Paulo: Manole, 2000.
2. MEDSI SALTER. Distúrbios e Lesões Músculoesqueléticas. 2. ed. RJ: 1985 .
3. DENEGAR, C. R. Modalidades Terapêuticas para Lesões Atléticas. SãoPaulo, Manole, 2003.
4. LOW, J. e REED, A. Eletroterapia Explicada Princípios e Prática.3ª ed. São Paulo, Manole, 2001.
5. PRENTICE, W. E. Modalidades Terâpeuticas para Fisioterapeutas.2ª ed. São Paulo. Artmed, 2004.Pp : 172 – 173; 185; 245 – 246.
6. PRENTICE, W. E. Técnicas de Reabilitação em Medicina Desportiva. 3ª ed. São Paulo, Manole, 2002.
7. SMITH, L. K WEISS E. L. e LEHMKUHL L. D. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. 5ª ed. São Paulo, Manole, 1997.

4 comentários:

  1. Muito bom o seu blog!Informações interessantes!Escrevi sobre sua postagem em meu blog! Dê uma olhada!
    Sucesso e boa sorte na sua área profisional!

    Jane Alves

    http://conectadosnasaude.blogspot.com/2010/05/doenca-de-osgood-schlatter.html

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  2. Ola, tenho 34 anos, desde a adolscencia tenho este calombo, nunca fiz nenhum tipo de tratamento, estou correndo algum risco?? desde ja obrigado

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    1. Ola, tenho 16 anos, desde a adolscencia tenho este calombo, nunca fiz nenhum tipo de tratamento, estou correndo algum risco?? desde ja obrigado

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  3. Tenho mas só sou quando toka!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!8))()))

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