Você sente aquela dor incômoda na parte lateral próximo ao “dedão” do pé? Sente desconforto para colocar o calçado, e muitas vezes, sente dores? Você pode estar com Hálux Valgo, popularmente conhecido como JOANETE. Joanete é uma deformidade na cabeça do primeiro metatarso, na qual o HÁLUX (dedão do pé), assume a posição valga (para dentro), costuma estar acompanhado da formação de uma bursite na face externa.
CAUSAS
Pode existir uma predisposição hereditária.
Também pode haver uma causa óssea pelo desalhiamento do primeiro metatarso em relação ao segundo, causada por pronação excessiva da articulação subtalar.
Basicamente as causas mecânicas, se devem ao uso de sapatos estreitos e pontiagudos, que obrigam os dedos a se agruparem um sobre os outros, que a longo prazo produz debilidade na musculatura intrínseca do pé, e limita a formação do arco anterior .
Pode ainda ocorrer um processo inflamatório (sinovite ou tenossinovite), produzindo um aplainamento progressivo do arco plantar e, em conseqüência, um deslocamento em varo do primeiro metatarso e desvio interno dos dedos.
Observa-se, também, que processos degenerativos, como a artrose da articulação metatarsofalangiana, pode produzir o joanete.
E, finalmente vemos, uma etiologia congênita, secundária a patologias concretas como o pé cavo ou chato.
SINTOMAS
A dor será mecânica e localizada na planta do pé e na parte de dentro do primeiro osso metatarso, presença de inflamação e, conseqüentemente, alteração da marcha. Podem existir calosidades localizadas na área plantar, na zona dorsal dos dedos e ainda entre os dedos. Ao exame clínico observa-se:
Alargamento da parte anterior do pé.
Espessamento da região medial da primeira articulação metatarsofalangiana.
Calo palpável ou espessamento da bolsa
Crepitação ao movimento.
TRATAMENTO
protetor joanete tala noturna prótese silicone
Antes de iniciar o tratamento fisioterapêutico, devemos adotar algumas medidas eficazes no controle do movimento. Este se baseará:
Uso de calçado adequado largo e macio, com a curvatura alta e que não comprimam o pé.
Palmilhas para elevar o arco anterior ( do mesmo modo que nas metatarsalgias ).
Protetor especial para joanete.
Pode-se utilizar, também, uma tala (corretiva) noturna para joanete.
Prótese de silicone entre os dedos, ou sobre eles, caso existam zonas de compressão ou fricção.
Caso seja um distúrbio severo, uma órtese especial deve ser utilizada para ajudar a normalizar a mecânica do pé. Esta deve corrigir o antepé varo estrutural reduzindo a instabilidade do primeiro raio. Deve ser fabricada a partir de um molde neutro do pé, que seu fisioterapeuta avaliará.
Após estas medidas, o tratamento fisioterapêutico deverá se basear, em diminuir a dor e a inflamação e fortalecer a musculatura intrínseca do pé. Sendo assim, adota-se:
Ultra-som
Ondas-Curtas na zona plantar do pé.
Para tonificação muscular, devem ser realizadas mobilizações ativas e resistidas.
Marcha com os pés descalços sobre areia para forçar um trabalho da musculatura do pé.
Alongamentos funcionais do arco plantar, panturrilha e tibial anterior ( músculo anterior da perna), bem como os fibulares ( laterais). Estes visam a um melhor equilíbrio muscular, sobrecarregados pela biomecânica deficiente.
Não devemos nos esquecer de utilizar os medicamentos de controle da inflamação que são úteis na recuperação.
Nos estágios finais, quando não se consegue controlar os sintomas com a fisioterapia e medidas de ajustes biomecânicos, faz-se a opção pela cirurgia para correção do hálux valgo (joanete). O cirurgião ortopédico decidirá qual a técnica mais eficaz dependendo da idade, sexo, deformidade, estado geral e patologias de base do paciente.
TREINAMENTO E RETORNO ÀS ATIVIDADES.
O atleta com este distúrbio pode participar normalmente do treinamento ou da competição, desde que os sintomas regridam e que sejam feitas adaptações no treinamento e na biomecânica do pé. Na fase aguda, prefira a bicicleta ergométrica que evita o impacto. Na bicicleta ergométrica, seu treinador pode optar por um trabalho contínuo, intervalado ou mesmo um fartlek, bem como o trabalho na piscina. Exercícios de musculação também devem ser adotados, tanto para membros superiores quanto para os inferiores. Alongamentos específicos de toda musculatura de membros inferiores (anterior, posterior, interna e externa de coxa e perna).
Devemos observar, ainda, o uso de calçados com largura adequada para os pés, palmilhas especiais e algum tipo de coxim (silicone) sobre os dedos para evitar pressão e fricção que podem levar a um novo desencadeamento do distúrbio.
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