quinta-feira, 10 de setembro de 2009

CANELITE


Vamos tratar nesta matéria, daquela dor incômoda, que ocorre na perna, mais precisamente, na área da canela (face anterior da perna). A Síndrome do Estresse Tibial Medial, popularmente conhecida como canelite, envolve dor progressiva em torno dos dois terços distais do aspecto póstero-medial da tíbia. A dor quase sempre é difusa, ao redor da tíbia na área conhecida como “canela”. Temos o envolvimento dos músculos específicos: sóleo, tibial posterior e o tibial anterior que por sobrecarga, erros de treinamento, pronação excessiva da articulação subtalar, e uso de calçados inadequados, levam a um estresse da fáscia (tecido que reveste os músculos) e o periósteo (revestimento do osso). No início observa-se dor após o exercício físico intenso. Mais tarde, o distúrbio piora, a marcha diária torna-se dolorosa, havendo dor rigidez pela manhã.
CAUSAS DA LESÃO
Se você tem o pé pronado, provavelmente, esta será a causa primária da lesão. Lembro, que o movimento fisiológico de supinação e pronação é normal na articulação subtalar (no pé, tálus-calcâneo). O movimento fisiológico da pronação do pé, serve para dissipar as forças de reação do solo, para que o impacto seja reduzido. No entanto, quando ocorrer a pronação excessiva do pé, momento inadequado na fase de apoio da marcha, serão impostas forças de tração e compressão maiores sobre as unidades musculares relacionadas com a lesão (sóleo, tibial posterior e anterior). A amplitude destas forças estará aumentada, durante a corrida, e em especial, com indivíduos, que apoiam mais o retropé. Deve-se observar também, o tipo de terreno para o treinamento, terrenos inclinados e muito duros aumentam as forças de tensão nas referidas musculaturas.
TRATAMENTO
Inicialmente, excluir a possibilidade de fratura por estresse da tíbia é fundamental, para isso, solicita-se, radiografia simples, para constatar se ocorreu a lesão. Descartando a possibilidade de fratura por estresse, o fisioterapeuta, estará usando os recursos disponíveis para o tratamento que incluem:
 Modificação da atividade, evitando impacto e sobrecarga, deve-se preferir a bicicleta ergométrica, ou exercício na piscina, para manter o condicionamento adquirido. As atividades de corrida e saltos devem ser suspensas, inicialmenrte, por um período de aproximadamente, 7 a 10 dias.
 Uso de antiinflamatórios orais.
 Gelo e/ou TENS, podem ser eficaz no início para reduzir a dor
 Correção da pronação do pé, com tênis específico para pisada pronadora, e se houver necessidade palmilhas especiais.
 Exercícios de alongamentos para os músculos da panturrilha.
 A medida que os sintomas vão regredindo, incluir os exercícios de fortalecimento geral para musculatura da perna (panturrilha, tibial anterior, posterior, fibulares).
 Exercícios de propriocepção ( balancinho, giroplano, mini-tramp etc)
 Tão logo, cesse, a dor na tíbia, iniciar, com trote leve/corrida na grama ou outro piso macio, com calçados adequados, por 10 a 15 minutos inicialmente, progredindo em 10% a 20%, em cada semana. Pode acrescentar, 20 a 30 minutos seguintes em bicicleta ergométrica ou piscina.
RETORNO PARA AS ATIVIDADES
Deverão existir, algumas situações específicas, para o retorno integral, das atividades de treino/corrida/competição:
1. Não existir dor, espontânea ou a palpação.
2. Limitar as causas da pronação excessiva dos pés com palmilhas e calçados adequados.
3. Quando houver, nível suficiente de alongamento, dos músculos da panturrilha.
4. Quando o atleta obteve sucesso na progressão gradativa da corrida e recuperação funcional.
5. Observar se há défict proprioceptivo.
Sendo assim, o retorno será mais seguro, para o esforço que se exige dos treinos e competições.
Até a próxima!

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